sexta-feira, 18 de julho de 2008

Infinitos e mais além


"O suficiente é para quem não ama. No amor, só existem infinitos."

Murchou....


Desapareceu num abrir e fechar de olhos, a alegria, o respeito, a compaixão e a sensação que desta vez é que aquela flor viria a frutificar.....

Agora a Flor é uma Flor magoada, mal tratada, ofendida, incompreendida, murcha....


Será que fui eu que me enganei outra vez????????? Será que ainda acredito? A esperança será suficiente para matar a sede a esta flor?????


Confusa, sinto-me a atravessar um carrocel e a levar estaladas da girafa, do palhaço, do miudo, da bruxa e de todos os passageiros desta estranha viagem...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A máquina do tempo inverteu o sentido dos ponteiros...

E a história reescreve-se com o mesmo lápis...caligrafia desfocada...miudinha, mesquinha, arrogante, espartilhada por reticencias e pontos de interrogação.
De súbito chove como em Janeiro e anoitece como em Dezembro.

"Não é que seja infeliz. Eu não sou é Feliz!"
"Uma coisa aprendi na vida, quem tem medo da infelicidade nunca chega a ser feliz."
Mia Couto in Venenos de Deus Remédios do Diabo

quinta-feira, 10 de julho de 2008

"Mas que seja infinito enquanto dure..."





"Estamos cercados pelo apelo da paixão. Lançamo-nos ao sexo em busca da paixão, ou para a esquecer, o que é sinal do mesmo desespero. Não queremos morrer sem ter vivido tudo, e o tudo é cada vez mais visível e impossível de alcançar. Acresce que demoramos mais a morrer; a velhice é tão implacável como sempre foi - com a gravidade suplementar de se ter tornado mais longa.
O infinito é a medida da eternidade humana. A ciência desfibra-nos em hormonas e compostos químicos para explicar que a paixão tem razões fisiológicas que se esgotam ao fim de dois anos de convívio (três, com sorte). Para que queremos saber tanto? Para perder o deslumbramento absoluto da primeira troca de olhares, para perder o contacto com a eternidade que só esses instantes de entrega radical nos dão a ver. Beijamo-nos e pensamos no dia em que deixaremos de nos beijar - sem reparar que o pensamento nos conduz de imediato a esse dia. Não nos entregamos para não sofrer - e que encantamento tem essa vida sem entrega? "


Inês Pedrosa, in Cronica Feminina, Única 5 de Julho 2008