quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Há dias assim...


Chuva
Mariza
Composição: Jorge Fernando


As coisas vulgares que há na vida

Não deixam saudades

Só as lembranças que doem

Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história

da história da gente

e outras de quem nem o nome

lembramos ouvir

São emoções que dão vida

à saudade que trago

Aquelas que tive contigo

e acabei por perder

Há dias que marcam a alma

e a vida da gente

e aquele em que tu me deixaste

não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto

Gelado e cansado

As ruas que a cidade tinha

Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida

gritava à cidade

que o fogo do amor sob chuva

há instantes morrera

A chuva ouviu e calou

meu segredo à cidade

E eis que ela bate no vidro

Trazendo a saudade

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Into the wild....ou a relização dos sonhos!


"Hapiness is only real when shared!"

Into the Wild, filme de Sean Penn baseado na história veridica da vida e da morte de Christopher McCandless

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Palavras soltas....


Injustiça

Crueldade

Ingratidão

Rancor

Amor

Saudade

Respeito

Orgulho

Dor

Solidão

Confusão

Tristeza
Medo
Ausencia
Raiva
Oração



A ordem é completamente arbitrária...mas são palavras que hoje fazem sentido...


Ricardo II

Lus Saint Maurice, Lever 2005(6)?

O "Metro" regressou das "Bulgas", eufórico como é próprio de um menino bonito de 25 anos....

Fez tudo o que tinha direito, factor de protecção no máximo e sendo assim o sol qd nasce é para todos.

A meio de um ataque de tristeza (frequentes nas ultimas 2 semanas), vejo no telemóvel o nome de alguém que me faz rir com tanta juventude inconsequente com tantas histórias de ir ás lágrimas, mas das boas, daquelas que me fazem mostrar o que algumas pessoas dizem eu ter de melhor: o sorriso! E consegui...durante 20 minutos consegui rir com todos aqueles episódios dignos de uma série especial dos Morangos com Açucar...para jovens adultos, claro.

De vez em quando parava pa dizer que não se metia comigo porque para ele eu sou uma mulher feliz e portanto nada de "esticanços".....

Uma mulher feliz com lágrimas...uma mulher feliz por ter uma filha maravilhosa, por ter saúde e pela saúde dos que mais amo....é a minha felicidade.

Terminámos a conversa, combinando para breve, uma outra conversa ao vivo e a cores.


Foi assim, ganhei ânimo para ir ao hospital e dar apoio a alguém que supostamente apreciaria....Refugiei-me na capela e no livrinho, à entrada, fiz um pedido....2 pedidos.....o 1º será de certo concedido o segundo só Deus sabe.

Serenamente voltei para o ninho com a sensação de dever cumprido, de consciencia tranquila...tristemente tranquila.

Com um nó na garganta, outro na alma e ainda outro no orgulho......




Ricardo I

"Maria, Manel (XXVI)
Maria
Regresso de férias, portaram-se todos muito bem, tive saudades do Verão com os miúdos, mas acho que vou ter de esperar pelos netos para poder voltar a estarmos todos. Voltei ao banco sem nenhuma vontade, por mim fazia agora uma sabática de um ano e depois decidia se ficava dondoca, mas não posso. Tenho pena, assim nunca saberei se tenho vocação para dona de casa, por vezes penso que sim.
Cheguei ao escritório apreensiva com o que iria sentir quando visse e falasse com o Ricardo. Nas férias pouco ou nada pensei nele, recebi uma mensagem a que não respondi, dizia apenas: "Estás bem?" Cumprimentámo-nos como dois colegas depois de férias - "então, foram boas?", "muito curtas, não dá para descansar" -, as trivialidades habituais. A meio da manhã veio ao meu gabinete convidar-me para almoçar, aceitei, mas não senti nenhuma vibração especial.
Ao almoço o Ricardo olhou-me fixamente: "Acho que estou apaixonado por ti, passei este tempo a pensar em nós". Reagi sem pensar: "Deves estar parvo ou tens de ir ao psiquiatra, a pensar em nós, qual nós, não existe nós nenhum, isso é a tua cabeça que não está bem!" O almoço acabou tenso, voltámos para o banco comigo irritada e a pensar: "Será que não é possível ter um amigo íntimo homem, o que é que eu faço para isto me acontecer?..."
Acalmei. O Ricardo não merece que eu tenha reagido tão zangada, acho que estou completamente à defesa, mas não gostei de sentir um homem pendurado em mim. Estou muito bem com o Manel, gosto de ser cortejada, sinto-me bem com isso, mas não quero confusões na minha vida, os homens quando dizem que estão apaixonados estão a dizer que querem ir para a cama, não percebem esta coisa elementar de ter prazer em estar próximo sem tocar, são umas crianças, querem mexer em tudo...
As mãezinhas nunca lhes explicaram a diferença entre uma mulher e um carrinho de brincar...

Manel
Fim de férias, voltei à rotina, dois, três dias fora, outros tantos em casa. Senti algumas coisas estranhas neste tempo de descanso. Tive muitas saudades do meu pai, sobretudo quando estávamos todos juntos a passear ou a comer. Faltou-me aquela cumplicidade que tínhamos no olhar, como se estivéssemos sempre a dizer um ao outro, "nada disto é para levar a sério".
Com a Maria estive bem, ainda demos umas escapadelas ao Porto, para jantar e passear na Foz, mas senti-me um pouco devassado pela presença da família. Eu sei que isto é completamente ridículo ou mesmo infantil, mas tenho a perfeita noção que o meu casamento só sobrevive se puder, de quando em vez, estar uns tempos sozinho com ela.
Uma das coisas que me atraiu na Cristina foi imaginar que podia partir à aventura com uma mulher que não tinha grandes constrangimentos familiares, sem filhos, muito disponível. Mas quando isto acontecia eu ficava cheio de saudades da minha família, enfim não sabia bem o que queria. Ainda me lembro da angústia que senti, num sítio lindíssimo, em que só me queria vir embora com saudades dos meus filhos e sem poder falar disto com a Cristina. Inventei uma desculpa e antecipámos o regresso.
Com a Maria tenho tentado ter o melhor dos dois mundos, mulher a maior parte do ano, amante sempre que possível. Ela é versátil, adapta-se bem... Faz-me impressão pensar no envelhecer, não por mim - para já, cada vez que faço anos sinto-me feliz -, mas por nós. Não me estou a ver em casal, com sinais de decadência física, a caminho das consultas, da farmácia e da fisioterapia. Mas também não me imagino a passar por tudo isto sozinho. Isto hoje não está fácil, é sempre assim, quando venho de férias, fico deprimido que nem um cão..."
José Gameiro in Expresso, Unica de 23 de Agosto de 2008

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Um aperto no peito....


Um nó na garganta...

Fé tenho muita!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Voar como um campeão!


Era assim que eu queria saber voar. Como o veradeiro campeão, como este campeão!
Bonita, jovem e cheia de sonhos!!!!
Resigno-me e voo baixinho, nem bonita nem jovem...no entanto cheia de sonhos....

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Parabéns!


Parabéns Mario Rui!!

Já te felicitei mto hoje.

Não tenho mais nada para dizer...pelos vistos não tenho jeito para escrever cartões e tu não gostas nem dos meus poemas nem da minha prosa.

Lamento.....talvez tenha perdido os meus dotes poeticos.....

Hoje, desempenhei bem o meu papel, fiz uma actuação magistral, digna de um Óscar ou de uma outra qualquer estatueta dourada......Arrebatei o da melhor actriz principal....apesar das actrizes secundárias não terem estado mal e de fazerem também questão de marcar territórios passados, vidas de outras vidas.

Não é o sitio certo e muito menos a altura para fazer considerações acerca de filmes de suspense....e terror.

Não é altura de falarmos dos verbos, crescer, amar, amadurecer, gostar, etc....Gostei da leitura que fizeste em voz alta, cheia de considerações filosóficas e cheia de recados nas entrelinhas. Gostava de ter ouvido o resto....gostava de saber o que sente o autor daquele texto....


Desejo que contes muitos e muitos mais anos, com muita saúde e algum juizo. Se eu puder ver muito bem....se não, podes de qualquer forma contar eternamente com o meu respeito, consideração, admiração e amor incondicioanal.


terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mudar...

(Vale Figueira 2008, by Karlotta )

Acho que vou mudar de "casa"......há confidencias que não se fazem em publico.

Hoje preciso confidenciar.....

domingo, 17 de agosto de 2008

5 da manhã, bem mau!


Acordada desde a hora em epigrafe, treinando o brain, viajando por Setembros passados e fotografias avassaladoras.....

Resolvi escrever para chamar o sono, no entanto este brain ainda não está a funcionar sequer a 20%....Mais logo volto aos treinos.

Pensei ir andar de bike....mas às 7 da manhã???? E se adormeço a guiar??? Sim...porque além da minha "vidinha", consigo guiar uma bicicleta!

07:45 e vou voltar para o ninho...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Ausente


Hoje fico por aqui, perto de mim. Também estou debilitada e preciso de me visitar.

Hoje confio.....em mim!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Dedicatória a um velho doente!


PRECE


Que nenhuma estrela queime o teu perfil

Que nenhum Deus se lembre do teu nome

Que nem o vento passe onde tu passas.

Para ti eu criarei um dia puro

Livre como o vento e repetido

Como o florir das ondas ordenadas.


Sophia de Mello Breyner Andressen, in No tempo dividido

Pneumococos: Culpado!!!


O culpado do "velhinho" estar no "hotel"!

Janela com vista para uma nova vida!


Deus quando fecha uma porta abre uma janela,....será? Tenho fé!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

"As mulheres têm fios desligados" Antonio Lobo Antunes


Uma das mais incisivas crónicas de António Lobo Antunes, sobre Homens e Mulheres e o crepusculo das emoções e dos afectos.


"(...) e pergunto-me se os homens gostam verdadeiramente das mulheres. Em geral querem uma empregada que lhes resolva o quotidiano e com quem durmam, uma companhia porque têm pavor da solidão, alguém que os ampare nas diarreias, ns colarinhos das camisas e nas gripes, tome conta dos filhos e não os aborreça. Não se apaixonam: entusiasmam-se e nem chegam a conhecer com quem estão. Ignoram o que ela sonha, instalam-se no sofá do dia a dia, incapazes de introduzir o inesperado na rotina, só são ternos qd querem fazer amor e acabando o amor arranjam um pretexto para se levantar (chichi, sede, fome, a janela de que se esqueceram de baixar o estore) ou fingem que dormem porque não há paciencia para festinhas, pá, e a respiração dela faz-me comichão nas costas, a mania de ficarem agarradas à gente, no ronhónhó, a mania das ternuras, dos beijos, quem é que atura aquilo? (...)

(...)Sinceramente as minhas filhas preocupam-me: receio quelhes caia na sorte um caramelo que passe à frente delas nas portas, não lhes abra o carro, desapareça logo a seguir por chichi-sede-fome-persiana-mal-descida-e-os-ladroes-percebes, nãose levante quando entram, comece a comer primeiro um belo dia.(...) O problema está em mim não em ti , que extraordinária treta. Com os elogios que vêm logo depois: és inteligente, és sensivel és boa, és generosa, oxalá encontres etc., que mulher não ouviu bugigangas destas? (...)

António Lobo Antunes in Crónica Visão de 31 de Julho de 2008